O alto índice de reprovação nos exames para tirar carteira de
motorista está fazendo muita gente se preocupar com o ensino nas
autoescolas. Em Belo Horizonte, mais da metade dos candidatos não passa
no teste.
“O problema é que a maioria dos candidatos entende que aquelas 20
aulas exigidas em lei são suficientes. E querem fazer o exame a qualquer
custo nessa quantidade de aulas”, explica Rodrigo Fabiano da Silva, do
centro de formação de condutores de Minas Gerais.
O alto índice de reprovação pode levar a mudanças nos processos de
formação do condutor. É que os centros responsáveis pela preparação dos
novos motoristas também têm que ser avaliados. Podem até perder o
direito de funcionar, dependendo do resultado dos alunos.
Em Pernambuco, os que não atingirem a meta vão responder a processo
administrativo. No estado do Rio, dos 550 centros, 453 têm de apresentar
um novo plano pedagógico. Mato Grosso, São Paulo e Minas ainda elaboram
um sistema de avaliação.
“O erro é da autoescola? É do processo de formação? O candidato fez
poucas aulas ou meu examinador está sendo muito rígido? Então, eu tenho
que ter um raio-x para realmente começar a punir realmente o CFC”,
aponta Anderson França, do Detran de Minas.
Uma especialista em educação no trânsito, defende o aumento do número
mínimo de aulas de direção. Mas também mudanças na qualificação de
instrutores e avaliadores, e que a formação dos motoristas deve começar
no Ensino Fundamental.
“O que a gente quer mudar é o foco: educação. E não simplesmente
adestramento para tirar carteira”, diz.
Fonte: Jornal Nacional