Por volta das 6h30 durante a semana, uma multidão de bicicletas, com
um punhado de motonetas e pedestres, transborda das balsas que
transportam ciclistas e outros passageiros, sem custo, para o outro lado
do porto IJ (pronuncia-se “ai”), entupindo as ruas e causando
congestionamento atrás da principal estação de trem de Amsterdã.
“Durante a tarde é ainda pior”, lamentou Erwin Schoof, um metalúrgico
na casa dos 20, que mora no centro da cidade, repleto de canais, e luta
contra o caos diariamente para atravessá-la até seu trabalho. Willem
van Heijningen, funcionário ferroviário responsável pelas bicicletas ao
redor da estação, disse: “Não é uma zona de guerra, mas é a coisa mais
próxima disso”.
Esse fluxo entupido de ciclistas é apenas um de muitos, em uma cidade
famosa por suas bicicletas, como Los Angeles é por seus carros ou
Veneza por suas gôndolas.
Ciclistas jovens e idosos pedalam por faixas estreitas e junto aos
canais. Mães e pais balançam as crianças pequenas em caixas de madeira
espaçosas afixadas às bicicletas, levando-as de balsa para a escola ou
para a creche. Carpinteiros carregam ferramentas e material em
engenhocas parecidas e os eletricistas, seus cabos. Poucos usam
capacete. Cada vez mais, algumas pessoas dizem o que era simplesmente
impensável alguns anos atrás: há bicicletas demais.
Enquanto cidades como Nova York lutam para fazer com que as pessoas andem de bicicleta, Amsterdã tenta
manter a tal horda sob controle. Em uma cidade com 800 mil habitantes,
há 880 mil bicicletas, estima o governo – quatro vezes o número de
carros.
Nos últimos 20 anos, as viagens de bicicleta cresceram 40%, de modo
que agora, cerca de 32% de todas as viagens dentro da cidade são feitas
de bicicleta, comparadas aos 22% das viagens de carro.
Fonte: G1
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