O manobrista Amilton Aparecido da Silva, de 27 anos, já percebeu a
mudança de hábito que o aumento da gasolina pode causar nos motoristas
em Curitiba. Na quarta-feira (30), o governo federal divulgou o aumento
de 6,6% no litro da gasolina nas refinarias. Para o diesel, o reajuste
ficou em 5,4%.
“Um advogado preferiu deixar o carro dele ‘dormindo’ aqui no
estacionamento e voltar de carona com um amigo por causa do preço da
gasolina. Eles combinaram de fazer um revezamento para economizar”,
contou Silva, que trabalha em um estacionamento no Centro Cívico,
bairro com vários edifícios comerciais na capital paranaense.
Para o taxista Bruno César Tonon, de 24 anos, que diariamente roda as ruas da cidade,
o aumento do preço do combustível é inviável. “Acho um absurdo, ainda
mais porque o valor da tarifa [do táxi] não foi reajustado. Tudo
aumenta: gasolina, óleo, mecânico”, protestou. O taxista afirmou que os
passageiros reclamam bastante do preço da gasolina e que ele evita usar o
automóvel em função disso. “O meu carro mesmo eu acabo nem rodando
muito”.
Em nota, a Petrobrás informou que, para a correção dos valores, a
companhia levou em consideração a política de preços interna e externa
em uma perspectiva de médio e longo prazo. Ainda segundo o governo, há
quatro anos que o preço da gasolina não subia e, de 2006 a 2012, a
variação foi 6%.
O cobrador de ônibus Dejalma Osnir dos Santos, de 36 anos, também sentiu
a diferença de comportamento dos moradores da cidade já no fim de
outubro de 2012, quando a gasolina subiu R$ 0,50 em alguns postos. “Na
frente da estação-tubo, tem um espaço na rua em que as pessoas que
trabalham por ali estacionavam os carros. Elas sempre pediam para eu dar
uma olhada. Agora, elas não deixam mais, não vão mais de carro”.
Santos também percebeu outra mudança – o uso da bicicleta. “Muita gente
trocou o carro por bicicleta. Eu vejo as pessoas chegando para trabalhar
de bicicleta”, observou. Ele também relatou que houve um aumento na
quantidade de usuários do transporte coletivo desde o reajuste do valor
da gasolina em outubro. “Deu para notar mais gente no ônibus”, avaliou.
De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do
Paraná (Sindicombustíveis-PR), os postos de combustíveis de Curitiba
devem cobrar até R$ 2,99 pelo litro de gasolina - variação de 4% nas
bombas. Um dia após a autorização para o reajuste nas refinarias, alguns
postos já praticam os novos preços. Isso ocorre, segundo o presidente
do Sindicombustíveis, Roberto Fregonese, porque o empresário
precisa angariar recursos para renovar o estoque que estará mais caro.
Nas revendedoras, o litro da gasolina estará cerca de R$ 0,11 mais caro.
Segundo reajuste
Em quase três meses, este é o segundo reajuste de preço dos combustíveis em Curitiba. Às vésperas do Feriado de Finados, a gasolina sofreu um aumento, que em alguns postos, chegou a R$ 0,50. Na avaliação de Fregonese, a ação de novembro do último ano, não foi de fato um aumento. "A capital do Paraná tinha os menores preços do país. Isso se dava em função da guerra de preço, com seis meses de redução. Curitiba destoava em relação ao resto do país. Essa situação veio até um ponto que acabou sendo um combustível abaixo de preço de custo, patrocinado por irregularidades e, algumas companhias, para manter a clientela, trabalhavam com margem negativa. [Naquele momento] acabou isso. Era uma retomada de preços que deveriam estar naquele patamar", afirmou.
Para Fregonese, este reajuste de 6,6% era necessário e, por mais que ele tenha ocorrido, não soluciona o problema. Segundo ele, a Petrobrás tem trabalhado com uma defasagem de R$ 0,33 por litro de gasolina e, com o reajuste de R$ 0,11, apenas 1/3 do problema foi resolvido. De qualquer forma, ele não acredita em um novo reajuste a curto ou médio prazo.
A crença tem como base também o anúncio da emancipação da mistura de etanol na gasolina. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a partir de 1º de maio, a mistura de etanol na gasolina passa dos atuais 20% para 25%.
"Esta deve ser a melhor safra de etanol dos últimos cinco anos. Isso acontecendo no final de abril, começo de maio, o consumidor vai perceber que terá vantagem abastecendo com o álcool", complementou.
Fonte: Globo.com
Em quase três meses, este é o segundo reajuste de preço dos combustíveis em Curitiba. Às vésperas do Feriado de Finados, a gasolina sofreu um aumento, que em alguns postos, chegou a R$ 0,50. Na avaliação de Fregonese, a ação de novembro do último ano, não foi de fato um aumento. "A capital do Paraná tinha os menores preços do país. Isso se dava em função da guerra de preço, com seis meses de redução. Curitiba destoava em relação ao resto do país. Essa situação veio até um ponto que acabou sendo um combustível abaixo de preço de custo, patrocinado por irregularidades e, algumas companhias, para manter a clientela, trabalhavam com margem negativa. [Naquele momento] acabou isso. Era uma retomada de preços que deveriam estar naquele patamar", afirmou.
Para Fregonese, este reajuste de 6,6% era necessário e, por mais que ele tenha ocorrido, não soluciona o problema. Segundo ele, a Petrobrás tem trabalhado com uma defasagem de R$ 0,33 por litro de gasolina e, com o reajuste de R$ 0,11, apenas 1/3 do problema foi resolvido. De qualquer forma, ele não acredita em um novo reajuste a curto ou médio prazo.
A crença tem como base também o anúncio da emancipação da mistura de etanol na gasolina. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a partir de 1º de maio, a mistura de etanol na gasolina passa dos atuais 20% para 25%.
"Esta deve ser a melhor safra de etanol dos últimos cinco anos. Isso acontecendo no final de abril, começo de maio, o consumidor vai perceber que terá vantagem abastecendo com o álcool", complementou.
Fonte: Globo.com