Resolução do Contran determina que equipamento passe a ser obrigatório a partir de 30 de junho. Diante da falta de adesão, Denatran não descarta a possibilidade de prorrogar o prazo
Faltando quase uma semana para o fim do prazo estabelecido pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para que os Centros de Formação de Condutores (CFCs) tenham simuladores de direção veicular, até o momento, nenhuma das 900 autoescolas do Paraná adquiriu o equipamento.
Em razão da existência de apenas uma empresa fornecedora homologada no mercado, a Federação Nacional das Autoescolas (Fenauto) e os sindicatos estaduais da categoria estão orientando empresários a não comprar o simulador.
Diante do problema, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) admitiu, em nota, a possibilidade de prorrogação do prazo, inicialmente fixado em 30 de junho.
Paulo Sergi Fudoli, proprietário da Auto Escola Paraná: "Quem vende é que tem que apresentar o produto"
Direção virtual
Demanda se concentra em São Paulo, revela empresa
Única empresa homologada pelo Denatran para comercializar o
simulador de direção, a Prosimulador, de São Paulo, admite que a demanda
nacional só poderá ser atendida com a homologação de mais empresas do
ramo.
O equipamento pode ser vendido ou alugado, mas a empresa não quis
revelar dados sobre o volume de simuladores já negociados no país. "No
momento, nossa maior demanda vem do estado de São Paulo, porém, temos
levado nosso simulador para todo o Brasil, com o intuito de mostrar o
quanto os simuladores irão melhorar a formação de novos condutores e
reduzir os índices de acidentes de trânsito", diz a empresa, por
meio de sua assessoria de imprensa.
O diretor de ensino da Autoescola Paraná, de Londrina, Paulo Sérgio
Fudoli, admite não ter ido atrás de detalhes do simulador. "Estou
aguardando algum vendedor vir apresentar o produto, porque esse é o
papel de quem vende", diz.
Segundo Fudoli, uma reunião entre as autoescolas paranaenses definiu que
o equipamento só será adotado após outros estados implantarem a medida.
Segundo a nota, divulgada no site do Denatran, a proposta de adiamento da cobrança dos simuladores de direção na formação de condutores da categoria B será discutida na próxima reunião do Contran,
ainda neste mês de junho. "O projeto de uso dos simuladores de direção
veicular na formação do condutor é irrevogável, entretanto, sua
implantação deve respeitar critérios de razoabilidade, considerando a
realidade dos CFCs de todos os estados e do Distrito Federal", diz o
órgão.
Concorrência
O presidente do Sindicato dos Proprietários de Centros de Formação de Condutores do Paraná, Justino Rodrigues da Fonseca, afirma que as autoescolas paranaenses "não compraram
e não vão comprar" o simulador, enquanto não houver mais empresas
homologadas no mercado. "Precisamos de concorrência de mercado, a
orientação é para esperar. Aliás, falta um estudo pedagógico nesse
projeto deles [Contran]", critica.
De acordo com a assessoria de imprensa do Denatran,
atualmente, apenas o simulador de direção da Prosimulador, de São
Paulo, é homologado pelo órgão. Embora não fale em prazos, o Denatran
afirmou que mais duas empresas já foram certificadas e estão em fase de
homologação.
Enquanto isso não ocorre, cautela é a orientação do presidente da
Fenauto, Magnelson Carlos de Souza, às autoescolas. "A tendência é que o
prazo seja prorrogado, só não sabemos para quando. O simulador é
interessante porque ajuda a explorar condições adversas, como uma
criança ou um idoso passando na frente do veículo, e avaliar a reação do
condutor antes que ele vá para a rua."
Com o acréscimo de 5 horas de
aula com o simulador à carga horária de 45 horas teóricas e 20 horas
práticas já exigida pelo Denatran, Souza admite um encarecimento
da primeira habilitação. "Um simulador custa de R$ 30 a 35 mil, mas tem
empresas que preferem alugar. Seguramente ficará mais caro, não pelo
preço do equipamento, mas porque há acréscimo da carga horária."
Fonte: Portal do Transito
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