A cada ano morrem no Brasil cerca de 1.800 crianças vitimas de
acidentes de trânsito. Este número está em redução graças, em parte, ao
trabalho da Criança Segura Brasil, ONG membro da Safe Kids Worldwide e
que nesta quinta-feira recebeu em Madri um dos prêmios sociais da
Fundação Mapfre.
O prêmio foi recebido pela coordenadora nacional da ONG, Alessandra
Françoia, e pela coordenadora de mobilização, Lia Gonsales. Em
entrevista à Agência Efe, as coordenadoras expressaram a satisfação pelo
prêmio, entregue pela rainha Sofia, e afirmam que o reconhecimento
motivará até mais o trabalho que realizam.
Embora a ONG tenha iniciado em 2001 o trabalho de prevenção de lesões
infantis em acidentes, o prêmio foi concedido pela campanha de formação
iniciada em 2010 para sensibilizar e formar profissionais em matéria de
segurança viária.
Mais de 26 mil pessoas já se beneficiaram, de forma direta ou
indireta, dos cursos on-line e presenciais, dirigidos por professores,
agentes de trânsito, bombeiros e médicos, entre outros.
O objetivo da Criança Segura Brasil é reduzir em 25% o número da
mortalidade infantil em acidentes até 2015. Até agora, seu trabalho
contribuiu para que o número de crianças mortas nas estradas brasileiras
caísse de 2.500, taxa registrada nos anos anteriores, para 1.800.
Na entrevista à Agência Efe, Alessandra e Lia ressaltaram algumas
conquistas da associação, entre elas a de que o Governo estabeleceu a
obrigatoriedade do uso dos sistemas de proteção de crianças nos veículos
e dos quais 57% da população já faz uso.
A ONG também conseguiu participar do Conselho Nacional de Tráfego do
Brasil, mas as coordenadoras reconhecem que "ainda falta muito para
fazer" em matéria de segurança infantil e pedem ao Governo brasileiro
mais envolvimento, uma vez que as prioridades do Executivo são o
controle da velocidade e do álcool.
Segundo a ONG, as crianças e os idosos são mais suscetíveis a sofrer
atropelos, por isso pedem a presença de agentes de tráfego nas
proximidades dos colégios, melhor sinalização e mais calçadas.
Embora considerem que a lei de tráfego no Brasil seja "muito boa", as
duas coordenadoras acham que a lei não é aplicada da maneira correta e
que as infrações não são controladas de forma eficaz.
Alessandra e Lia advogam pela melhora das infraestruturas viárias
mas, sobretudo, pela educação e a prevenção para diminuir os acidentes
no trânsito.
Ambas gostariam de conseguir uma redução tão significativa no número
de acidentes, como aconteceu na Espanha, e avaliaram o compromisso de
entidades como a Fundação Mapfre.
A Fundação pertence à seguradora espanhola Mapfre e o prêmio concedido pela empresa têm um valor de 30 mil euros cada.
Fonte: Terra Brasil
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